Eu vou te contar uma história
agora atenção que começa bem no meio da palma da tua mão
bem no meio tem uma linha ligada ao coração
que sabia desta história antes que a canção
da tua mão, da tua mão...
Palavra Cantada
Assim como diz o grupo musical
Palavra Cantada, a história que vamos contar também tem sido feita por muitas
mãos e corações que sabem desta história antes mesmo da canção!
Por meio do blog Educação Infantil Itaberaba – BA, com o
objetivo de registrar a história da Educação Infantil de nosso município. Entre
as finalidades, destacamos que a primeira é compartilhar as preciosas experiências
e produções de todas as Creches, CEMEIs e Escolas que atendem as crianças
nesta etapa da Educação Básica. As quais estão representadas neste blog, cada
uma com sua página, onde serão publicadas experiências e produções que forem
autorizadas pelas profissionais e famílias de cada instituição. A segunda
finalidade é dar acessibilidade e publicidade às ações das profissionais da Educação
Infantil, bem como ter como material de estudos e pesquisas para a própria rede
de ensino. A terceira finalidade é ter esse blog como ferramenta de registro de
nossa história. Um patrimônio que apresenta a trajetória da Educação Infantil e
as contribuições de todas as profissionais que atuam nessa etapa de ensino. Esse
patrimônio pertencente nossa sociedade, precisa ser acessível e visualizado por
todos.
O que nos instigou a registrar a história?
Nos diálogos sobre percursos
pedagógicos e demandas de rede em que a Educação Infantil estava em pauta ou
quando entrávamos em processos de avaliação das ações, ouvíamos a afirmação: Nossa! A Educação Infantil cresceu! Ficávamos
instigadas para saber como foi o início. Poderíamos pesquisar! Algumas questões
surgiram...
Considerando que não somos as
primeiras técnicas pedagógicas e nem seremos as últimas, decidimos pesquisar e
registrar. Desejamos conhecer como foi a organização técnica pedagógica e o
atendimento da Educação Infantil na rede de ensino. Para isso organizamos
entrevistas com as profissionais que já assumiram essa função, para nos contar
como foi essa trajetória. Sabemos que cada uma fez parte dessa história, não
podemos deixar de mencionar suas contribuições.
Antes de a Educação Infantil
fazer parte da SMED, como era o desenvolvimento das ações? Haviam quantas
instituições? Em quais localidades? Eram ofertadas as matrículas no campo? Em
que ano a Educação Infantil passou a fazer parte da Secretaria Municipal de
Educação? Quantas instituições funcionavam? Onde? Qual a Creche mais antiga?
Como era a organização das ações técnicas e estrutura curricular? Entramos em
contatos com as técnicas pedagógicas que atuaram antes de nós, solicitando
autorização para encaminhamento de entrevistas. Agora estamos compartilhando.
E como era no início? Nossa adorável professora Maridalva Muniz contou!
Quando
olhamos no meio da palma da sua mão... “Bem no meio tem uma linha ligada ao
coração que sabia dessa história antes mesmo que a canção... dá tua mão... dá
tua mão...” dá mão da Pró Maridalva Muniz. Ela nos contou:
Antes de a Educação Infantil em Itaberaba fazer parte da Secretaria
Municipal de Educação (SMED), a responsabilidade era da Secretaria de
Assistência Social. Todo atendimento de crianças na faixa etária dos três aos
seis anos de idade era feito nas creches. Havia uma rotina diária em função de
ideias de assistência, custódia e higienização das crianças. Eram cinco
creches, sendo quatro na zona urbana e um na zona rural.
Não me lembro a época, mas sei que por um período, as creches passaram
a ser pensadas e reivindicadas como espaço de educação e cuidados
coletivos das crianças de três a seis
anos. Os documentos diziam de zero, mas não tínhamos espaços adequados para
receber essa faixa etária. Durante esse processo de mudanças ocorreram fatos
como: Reivindicações de matrícula por mulheres que trabalhavam, preocupação em relação
as ideias de infância, as condições
sócios culturais para o desenvolvimento das crianças, a organização do espaço /
tempo, a importância do brincar, a interação e construção de conhecimentos. O
desenvolvimento de ações que integrassem o cuidado e a educação.
Mas como trazer isso para o espaço real com uma nova roupagem? Tínhamos
que começar pelo profissional. As pessoas que ali trabalhavam não eram
qualificadas com exigiam os documentos do MEC. Todo trabalho era feito com
auxiliares de sala e recreadoras. Como coordenação responsável, passamos a ter
formações e estudar sobre as crianças de camadas populares, para entender como
poderíamos mudar a rotina de trabalho, pois as crianças ficavam em tempo
integral, mas os profissionais não. E aos poucos conseguíamos nos aproximar da
proposta.
Por um momento que me afastei. E houve mudança. As Creches passaram para
responsabilidade da Secretaria Municipal de Educação. Então a responsável pela
pasta, para atender exigência do MEC, era considerável pensar e efetivar essas
mudanças de acordo com os documentos propostos: Constituição de 1988, Estatuto
da Criança e do Adolescente (1990), LDBN (1996), preconiza que é dever
assegurar a criança e ao adolescente (...) atendendo em creches e pré-escolas
as crianças de zero a seis anos de idade. E assim foi feito ainda com algumas
restrições, pois não havia creches para o atendimento exigido por lei, atender
a criança de zero, só a partir dos três anos de idade nas creches e de quatro à
seis anos em pré- escolas. E neste período iniciou-se o trabalho realmente
pensado na infância, com profissionais qualificados, proposta curricular, quando
foi instituído as Diretrizes Curriculares Nacionais para Educação Infantil (2009)
para nortear as propostas curriculares.
Ao logo dessa trajetória foi
incansável a luta pela qualidade da Educação Infantil no que se referem aos
recursos financeiros, as propostas de currículo, política públicas, que por
muito tempo foi uma educação compensatória e sem práticas de formação.
Quando iniciei, a organização técnica pedagógica era feita só por mim.
Não havia coordenadores e as diretoras se ocupavam em dirigir a Creche nos
aspetos da higienização, alimentação, nunca na prática do ensino e
aprendizagem. Depois sim, o pessoal foi se qualificando. Pudemos ter creches e
pré-escolas com coordenação pedagógica e pessoal em áreas de trabalho que lhe
cabia está com direitos garantidos.
Sobre a creche mais antiga não tenho certeza,
mas acho que foi a Sonho de Criança. Naquele espaço era uma lavanderia. E na
época do Prefeito de Linésio Bastos. Ali foi inaugurada com o nome de Ieda...
(não lembro rsrsrs) Não trabalhei nessa época.
Comecei minha trajetória profissional sendo professora contratada no
município fui convidada a exercer algumas funções antes de ser concursada,
diretora de escola, vice-diretora com processo de eleição, professora de
Creche, professora de fundamental II, técnica e gerente responsável pela pasta
de Educação Infantil no Município, Formadora. Hoje especialista em Educação
Infantil, professora do Grupo 4 (Crianças de quatro anos) no Centro Municipal de
Educação Básica (CEMEB).
Vale ressaltar que Maridalva
Muniz, também foi nossa professora nos componentes Infância e Educação Infantil
na UNEB. E nos sentimos profundamente gratas pelas suas contribuições párea
nossa formação e na formação das professoras e das crianças de nossa rede.
Outras profissionais que também
assumiram a pasta da Educação Infantil na SMED foram: Stela Fernandes, Marinulce
Prazeres, Ângela Márcia Pita junto com Aniágda Matos; Deise Mari Azevedo e Valéria Rocha; Midiã Ferreira e Ilana Gonçalves. Deixando
contribuições que construíram a história da Educação Infantil em nosso
município.
Como diz o grupo musical Palavra
Cantada, a história que vamos contar também tem sido feita por muitas mãos e
corações que sabem desta história antes mesmo das canções! Assim faremos o registro do que aconteceu a
cada ano a partir de 2011 na Educação Infantil do nosso município. Temos também
uma página para cada Creche / CEMEI / Escola contar um pouquinho das suas
histórias! Desde já agradecemos as pelas contribuições de todas e nos sentimos honradas por ter vocês como personagens muito importantes da nessa história.
Aproveite para deleitar-se com os momentos marcantes que fez parte construção dessa história!
Claudinéia Barbosa e Ana Claudia
Sampaio
Técnicas da
Educação Infantil