Apresentação do projeto “Roda Gira: Formação continuada para professores da Educação Infantil”, cronogramas de Estudos e orientações sobre o projeto político pedagógico (PPP) entre outras temáticas centradas nas práticas docentes.
As práticas docentes estavam em evidências! As formações buscavam corresponder aos indicadores observados por meio do monitoramento e das solicitações das profissionais. O primeiro objetivo foi apresentar para as docentes a proposta institucional da SMED refletindo sobre a temática central da Jornada Pedagógica - Educação em Rede: Amor, Ética e Cidadania, relacionando com os conceitos a serem discutidos no âmbito de formação, atuação e ações pedagógicas dos profissionais da Educação Infantil.
Projeto Roda Gira: Formação contínua na Educação Infantil
RODA GIRA é uma proposta de formação contínua para os profissionais da Educação Infantil atuantes na Rede Pública do Município de Itaberaba. Apresentada à Secretaria Municipal de Educação (SMED), através da Coordenação de Educação Básica e Apoio Pedagógico, organizada e executada pela Equipe Técnica da Educação Infantil. Diante dos indicadores observados durante o acompanhamento e monitoramento das ações nas instituições de Educação Infantil, fundamenta, organiza e propõe a execução desta proposta de formação. Apresentam em seu desenvolvimento as ações que objetivam promover a qualificação do atendimento que cada profissional oferece considerando as especificidades da infância. Propostas e compromissos sejam amplamente discutidos, assumidas e traduzidas em práticas que respeite as nossas crianças.
Considerando os avanços nas práticas e atendimento pedagógico, experiências vivenciadas pelos professores e coordenadores da Educação Infantil da Rede Pública do Município de Itaberaba, desde 2010 à 2013, com as formações em serviço, este projeto propõe o fortalecimento da formação específica e continuada aos profissionais que atendem a este segmento.
Busca promover reflexões e estudos das concepções e práticas específicas da Educação Infantil, por meio da orientação e reorientação através dos documentos legais, discutindo a revisão de documentos norteadores e instrumentos já existentes e/ou a construção do que for necessário. Oferecer formação contínua e em serviço aos profissionais que atuam neste segmento, certificando-os conforme a carga horária. Estabelecendo como conteúdos: A Legislação, os critérios relativos à organização do funcionamento e atendimento interno das Instituições de Educação Infantil (IEI) bem como as propostas e práticas pedagógicas no trabalho direto com as crianças. Dessa forma, institucionalizar espaços de discussões, análises, estudos teóricos e socialização periódicas das vivências.
Envolver coordenadores, professores, gestores, profissionais de apoio, abrangendo por meio de formações contínuas, a qualificação do atendimento que cada profissional oferece considerando as especificidades das infâncias. Com isso fortalecer a luta contra a rotatividade dos profissionais.
Focalizar o atendimento da Educação Infantil no respeito aos direitos das crianças, suas especificidades de desenvolvimento, nos espaços, tempos e contextos. Considerando brincadeiras e interações como eixos norteadores das práticas pedagógicas conforme a Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil - DCNEI (2010, p.25) observando a indissociabilidade das dimensões Educar e Cuidar orientadas pelo Referencial Curricular para a Educação Infantil – RCNEI (1998, p. 23-24). Visando também reafirmar o olhar sensível, a prática satisfatória e sentimento de pertencimento e afirmação de identidade profissional de todos aqueles que lutam por um atendimento que garanta o bem estar e o desenvolvimento das crianças na Educação Infantil. Estabelecendo para isso as parcerias necessárias.
META
Incentivar propostas sejam amplamente discutidas, assumidas e traduzidas em práticas que respeite as especificidades das infâncias de nossas crianças.
OBJETIVO GERAL
Garantir espaços de discussões e vivências para a prática específica e adequada da Educação Infantil por meio de formações contínuas.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
1.Acompanhar e dialogar sobre o plano de ação e estratégias dos coordenadores mensalmente;
2. Acompanhar e monitorar a prática pedagógica dos professores e coordenadores;
3. Promover encontros formativos mensal e bimestralmente com coordenadores, diretores, professores e profissional de apoio para diálogos e vivências das práticas educativas na EI;
4. Projetar mensalmente ações e reelaboração dos projetos com coordenadores e professores do/no campo;
5. Orientar e/ou reorientar estudos e construção dos Projetos Políticos Pedagógicos (PPP) das Instituições de Educação Infantil (IEI);
6.Elaborar e reelaborar documentos necessários para o acompanhamento, monitoramento e devolutiva das IEI;
7. Atingir um patamar mínimo de qualidade que respeite a dignidade e os direitos básicos das crianças, nas instituições onde muitas delas vivem a maior parte de suas infâncias;
METODOLOGIA
As ações a serem desenvolvidas nos diferentes momentos formativos serão realizadas através de reuniões discursivas, oficinas, seminário anual das práticas, exposições, instalações, diálogos das vivências, mostras entre outras, integrações das IEI durante o ano letivo, propondo reuniões de estudos com os Coordenadores pedagógicos e encontros formativos com professores.
FORMAÇÕES COM PROFESSORES E COORDENADORES
Desde a Jornada Pedagógica já iniciamos revisitando as Concepções de Criança, de Infância e de Educação Infantil. Impactos na qualidade da mediação pedagógica:
Observação de Crianças – Mediação de Deise Mary
Afetividade e Intervenção Pedagógica: Desafios e possibilidades na mediação do desenvolvimento na Infância – Mediação de Claudinéia Barbosa.
Um das coisas importantes na discussão sobre essa temática está relacionada à relação intrapessoal e interpessoal dos profissionais. A interação entre os profissionais, a interação entre profissionais, crianças e o olhar do profissional para si mesmo. São situações diversas, mas que precisam ter a mesma importância.
Aqui reside o significado dos conceitos e concepções. Levá-los a refletir sobre si mesmo em suas buscas, suas conquistas e seus desafios profissionais. Fortalecer a identidade de profissional da Educação Infantil (que é um segmento da Educação Básica, que vem se constituindo e reafirmando suas especificidades), e também motivá-los a perceber o quanto suas concepções são manifestadas em suas práticas.Ajustá-las às mudanças que ocorreram, ocorrem e ocorrerão sobre concepção de Criança, considerando que Infâncias se constituem socialmente e que a partir da nossa compreensão sobre isso, é que construiremos a Educação Infantil significando-a com os devidos valores e práticas que atendam as crianças sob o ponto de vista de que estas são sujeitos de históricos e de direitos.
Veja a proposta na íntegra, clicando no link abaixo.
http://interagiraquieagora.blogspot.com/2014/02/afetividade-e-intervencao-pedagogica.html
Reuniões de estudos e orientações com Coordenadoras Pedagógicas
Nas reuniões deste ano ocorreram diálogos importantíssimos que marcaram a Educação Infantil em aspectos que deixaram mais evidente a especificidade dessa etapa de ensino. Direcionamentos de ações como Conselho de Classe na Educação Infantil, Semanas de adaptação e integração, organização dos espaços internos e externos, organização de rotinas, elaboração de projetos didáticos, alinhamento de propostas de estudos com temáticas institucionais e intersetoriais, mantendo o foco no desenvolvimento das crianças estão entre as práticas que precisam ser efetivadas cada vez mais com as características de uma educação para as infâncias. Para isso o perfil e as práticas dos profissionais precisam também ter as especificidades necessárias.
Rotinas na Educação Infantil:
Relacionando as práticas com as concepções
teóricas.
Este foi o II Encontro formativo
com Professores e Coordenadores, ocorreu em maio de 2014, propomos reflexões e
análises acerca da temática central: Rotinas nas instituições de Educação
Infantil. Observando os aspectos:Organização das crianças percebendo a
necessidade de momento de orientações individuais, grupais e coletivas; Atividades
lúdicas considerando etapas do desenvolvimento das crianças; Distribuição dos
eixos de trabalho, observando a integração destes durante o planejamento e
mediação das experiências e descobertas; Análises sobre as metodologias e
instrumentos de trabalhos.
FINALIDADE:
Nossa finalidade foi relacionar as concepções teóricas e com asações práticas apresentadas e organizadas a partir das necessidades específicas do atendimento a crianças de 02 anos e 06 meses até 05 anos e 11 meses. Considerando ainda a análise das situações de rotina, como possibilidades de ações/ organização flexíveis podendo ter variações no cotidiano das instituições.
OBJETIVOS:
1-Acolher o grupo propondo dinâmicas que possibilitem a observação/relação sobre mapas mentais relativos à aprendizagem;
2-Dialogar sobre aspectos da organização curricular diante das práticas pedagógicas na Educação Infantil;
3-Apresentar possibilidades de organização da rotina, considerando a flexibilidade, os tempos e espaços;
4-Alinhar concepções teóricas às práticas;
5-Construir quadros comparativos representando as ações metodológicas realizadas no cotidiano da Educação Infantil: Observação sobre o desenvolvimento das crianças, planejamento/estratégias e instrumentos da prática mediadora.
6-Exercitar organização de rotina flexível;
METODOLOGIA
[...]
Este foi um momento riquíssimo. Primeiro pelo envolvimento dos grupos, o que configurou nossa atividade coletiva. Com esta atividade, busquei ativar mapas mentais, ou seja, situar as professoras quanto à metacognição (penso sobre como aprendo), auto-regularão (registro o que aprendo) e transferência (transmito o que aprendo) relativa à aprendizagem lúdica com a musicalidade. Propus fazer estas observações com as crianças também.
Outra dimensão da musicalidade
que merece destaque é o acalanto. Situação de cantar sem letra, sem voz
textual. Produzir sons revelando a melodia com as variações de velocidade, de
timbre, pulsação. Como nas canções expressadas para os bebês. Levando as
professoras a refletirem como a musicalidade dessa forma fica interessante e
possível de ser experimentada pelas crianças que ainda não falam ou que não
conhece o texto musical. Junto à isso incluímos movimentos corporais, que
amplia a experiência de brincar com a musicalidade.
Destaques de falas de algumas
professoras:
“É preciso ter uma atenção delicada com algumas crianças do grupo de cinco
anos, pois elas vieram do grupo de três anos sem passar pelas experiências do
grupo de quatro devido a alteração na data corte/etário definida pela portaria
de matrícula 2014 da rede municipal de educação”.
O que isso significa para o
desenvolvimento dessas crianças? Um ano a menos de estimulação das suas
experiências e descobertas. Além de um salto nas expectativas de aprendizagens.
Questões que precisam ser sensivelmente consideradas pelas professoras que
estão na mediação da aprendizagem destas crianças e nos registros avaliativos.
Outra fala que se refere ao desenvolvimento e faixa etária das crianças que passaram a ser atendidas em nossa rede em 2014: “Seis meses fazem a diferença!” A professora explica que atender as crianças de dois anos e meio requer atenção mais criteriosa. Relata sobre algumas habilidades ainda não estão desenvolvidas e precisam garantidas durante o atendimento na creche, o que requer dos profissionais conhecimentos, estratégias e sensibilidade na mediação e intervenção específicas para o atendimento à essa faixa etária.
E é exatamente o que ocorre com
todas as crianças no processo de desenvolvimento. Seis meses fazem a diferença
não apenas nas habilidades das crianças, mas nos aspectos biofísico,
linguístico, psicomotor, sócio interativo e emocional. É necessário considerar
que os ritmos e rotinas das crianças estão adaptados às vivências com as suas
famílias. Quando passam a frequentar outro ambiente com uma jornada diária
semelhante a da família, neste caso a instituição escolar, precisam de tempo
para adaptarem-se às novas regras de convivência e atividades. Assim também os
ambientes que recebem um novo grupo, com novas características, precisam se organizar
para recebê-los. O que ocorrem com o tempo e as experiências na interação, para
ambos.
“A mediação também precisa ter uma linguagem clara para elas. É
diferente dos outros grupos”.
Nesta fala as professora já está
indicando que a prática pedagógica com crianças menores que três anos, é
específica em diversos aspectos. Devido as crianças apresentarem necessidades e
atenção em diferentes aspectos da aprendizagem e desenvolvimento. Ao se referir
à linguagem, por exemplo, a professora demonstra que a comunicação com crianças
pequenas requer do adulto mediador capacidade de interagir e perceber o ponto
de vista da criança, o campo de compreensão do universo infantil. O qual nem
sempre a linguagem verbal é mais apropriada. Há uma necessidade de corresponder
às linguagens das crianças pequenas.
O artigo completo sobre este
encontro formativo está no livro
Brinquedos e brincadeiras na prática pedagógica da Educação Infantil:
Reflexões sobre a manifestação lúdica espontânea e na perspectiva do uso com intencionalidade pedagógica.
Neste III Encontro de Formação em Serviço para Professores da Educação Infantil, realizado no período de 12 à 29 de agosto de 2014, foi discutido “A importância do lúdico presente na Educação Infantil através dos Princípios Cuidar e Educar e a partir dos Eixos Fundamentais Brincadeiras e Interações. Com o objetivo de levar os profissionais a compreender a importância da manifestação lúdica no desenvolvimento infantil e tendo como perspectivas duas dimensões: Uma pensar a brincadeira como manifestação lúdica espontânea.
JUSTIFICATIVA
Buscando corresponder ao objetivo: Garantir espaços de discussões e vivências para a prática específica e adequada da Educação Infantil por meio de formações contínuas. Que norteia o plano de ação da Equipe Técnica da Educação Infantil através do projeto Roda Gira. A Promoção deste encontro formativo com professores e coordenadores pedagógicos está relaciona-se com o específico que é atingir um patamar mínimo de qualidade que respeite a dignidade e os direitos básicos das crianças, nas instituições onde muitas delas vivem a maior parte de suas infâncias.
As ações neste encontro serão realizadas através de estudo teórico e reflexões sobre a importância da manifestação lúdica presente na Educação Infantil através dos Princípios Cuidar e Educar e a partir dos Eixos Fundamentais brincadeiras e Interações. Discutiu-se sobre a importância e o significado de brincar enquanto expressão cultural ou manifestação lúdica espontânea e enquanto transposição didática, ou seja, o uso de brinquedos e brincadeiras com intencionalidade pedagógica. Considerando que ambas as dimensões são importantíssimas para o desenvolvimento infantil.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Sala 02 - Mediação: Claudinéia Barbosa
1-Recepcionar os participantes de forma lúdica;
2-Acolher suas memórias afetivas sobre as manifestações lúdicas na infância dos professores;
3-Apresentar a dinâmica de trabalho neste terceiro encontro formativo, expondo a proposta dialogar sobre os acordos e anunciar o Projeto Brincantar;
4-Sensibilizar através de brincadeiras que provocam as habilidades sensoriais e expressão cultural, trocando experiências de nossas infâncias;
5-Discutir o significado de brincar enquanto expressão cultural, bem como refletir sobre brinquedos e brincadeiras enquanto transposição didática;
6-Promover momento de apreciação e socialização das experiências das práticas pedagógicas sobre o uso de brinquedos e brincadeiras;
7-Promover momento de análise sobre a utilização de determinados brinquedos e brincadeiras;
8-Realizar momento de construção de brinquedos.
METODOLOGIA
Esta ação formativa teve o formato de oficina realizado em de seis
encontros/seis grupos em dias diferentes correspondendo ao período de 12 à 29
de agosto de 2014. O acolhimento coletivo, em espaço organizado permitindo a
reflexão sobre a temática, ocorreu com a realização de dinâmicas diferenciadas
envolvendo vivências lúdicas, memórias afetivas e expressão e experimentação de
brincadeiras culturais. Onde foi permitindo aos participantes, expressar a
sensibilidade através das trocas de experiências e vivências de brincadeiras
nas nossas infâncias.
Em seguida, através de dinâmicas, o grupo foi dividido em dois. E
direcionados para: Sala 1- Direcionamento teórico e Sala 2 - Análise
(Socialização, apreciação e experimentação das formas de brincar) e construção
de brinquedos com uma proposta de pesquisa experimental. As atividades em cada
sala tiveram duas horas de duração. Depois os grupos alternaram de sala. Ainda
como organização metodológica, as reflexões teóricas na sala 2, foram feitos
durante a mediação e interação com os participantes, como forma de conhecer
sobre o objeto de estudo de forma experimental e prática.
DESCRIÇÃO DAS ESTRATÉGIAS
1- Recepção dos grupos com vivências e experimentação de jogos, brinquedos e brincadeiras.
Para a etapa de acolhimento foram pensadas atividades, com alternância entre os seis grupos. O primeiro grupo foi recepcionado com o Jogo Cooperativo/Competitivo – Transportando cores líquidas! Os participantes foram recepcionados com sinalização de quatro cores. Podendo escolher duas, que irão formar dois grupos, cada um com duas cores.
Como jogar: Cada grupo deverá transportar uma quantidade de líquido na
cor correspondente o mais rápido possível até encher uma garrafa pet, com cada
cor correspondente do grupo. Verde e amarelo X Azul e vermelho. Em fila
indiana, deverão passar o recipiente contendo o líquido de uma cor fazendo o
movimento da direita para a esquerda para a colega que está na sua frente e
assim por diante até a que está no início da fila. Esta deve transferir o
líquido para uma garrafa pet. Segue a mesma regra para o transporte da segunda
cor. Ganha o grupo que conseguir transportar maior quantidade de líquido, ou
seja, o que estiver com as garrafas mais cheias.
Objetivos: Expressão de conhecimentos lógicos matemáticos como velocidade, agilidade, lateralidade coordenação associados aos aspectos psicomotores: equilíbrio e coordenação motora ampla, fina, viso motora. Assim como autonomia no cuidado e iniciativa.
Materiais: 4 garrafas pet inteiras e 4 cortadas, 4 garrafas com os
líquidos coloridos em quatro cores (4 tintas).
Esse jogo proporcionou uma interessante interação entre os membros que se identificaram como equipes. Devido à limitação do espaço, as filas não puderam ser com todos da equipe, e os membros que se identificaram como pertencentes a cada equipe se organizaram como torcida. Foi superinteressante, identificavam-se como cores! Uma das equipes ganhou. E a questão levantada foi “E com as crianças, o que fazer quando uma ganhar e a outra perder”? Orientação dada: Trabalhar a situação de jogo de cooperação (entre os membros da equipe) e competição (entre as equipes). No jogo de competição tem quem perde e quem ganha. Essas regras precisam ser trabalhadas previamente com as crianças pequenas. Nas brincadeiras há participações.
As professoras e professores conheciam, mas não tinham brincado com este jogo ainda. Ficou como uma sugestão para construir e experimentar com as crianças. A recepção com este jogo também serviu para a divisão do grupo em duas equipes, as quais serão direcionadas para cada sala.
Os grupos seguintes foram recepcionados também com jogos, brinquedos e brincadeiras já conhecidas pela maioria dos participantes, porém realizando com diferentes formas. A brincadeira cantada “Escravos de Jó” foi vivenciada pelos participantes utilizando apenas o corpo, realizando movimentos em círculo, criando sincronia com o grupo e pulsação com a música. Tais movimentos feitos aguçam a lateralidade. Durante a ação fui relacionando as possibilidades de estímulo e desenvolvimento que esta brincadeira promove ao ser realizada. Vivenciávamos juntas, as brincadeiras, discutíamos sobre as diferentes formas de realizar essa brincadeira e experimentávamos.
Ainda na perspectiva metacognitiva, refletimos sobre essa atividade
aplicada para criança. Para que se realize essa brincadeira com criança, assim
como todas as outras propostas, é necessário considerar os níveis de
desenvolvimento em que elas se encontram. Para propor com cuidado as novas
ações, observando as habilidades psicomotoras que elas ainda precisam adquirir.
É necessário também flexibilizar os comandos. Neste caso, que é uma brincadeira
cantada, observar se as crianças já conhecem e sabem cantar, se não a aquisição
será paralela. Apresentara canção, cantar de forma mais pausada ou lenta até
que o grupo tenha domínio da expressão musical e motora. Utilizar os recursos
do mais simples para o mais complexo. E se houver elementos ou acessórios ir
agregando aos poucos. Estes também garantem uma melhor memorização e
expressividade. No caso de cantar para bebês, faz-se necessário garantir o jogo
afetivo de olhar e toques embalados desde o acalanto às palmas.
Brincadeiras cantadas são de origens tradicionais, por isso está
presente em diversas culturas. Brincar com a voz e com o corpo, experimentando
ritmos, velocidades e pulsações diferentes. A princípio estão presente nas
ações recreativas das crianças, são transmitidas através da manifestação lúdica
espontânea durante as brincadeiras nas ruas, nas praças, nos quintais, nos
grupos de faixa etárias diferentes. Atualmente os jogos e brincadeiras cantadas
também fazem parte do repertório pedagógico. Utilizados como recursos de
transposição didática e elemento de estudo da própria cultura. Promover as
experiências e descobertas de forma prazerosa. Sobre isso o Ministério da
Educação – MEC, através do manual de orientação pedagógica Brinquedos e
Brincadeiras nas Creches também reafirma:
É muito mais fácil para uma criança pequena compreender a vida de diferentes povos que vivem em ambientes diferentes, como na floresta, no deserto, na neve, nas cidades ou na zona rural, por meio de contos ou de suas músicas e suas danças. Como aproveitara riqueza desses contos músicas ou danças? (BRASIL, 2012)
Outra brincadeira utilizada também como acolhimento em um dos seis encontros foi “A história da serpente”. Essa também é uma brincadeira cantada e faz parte do repertório cultural. Para minha surpresa, maioria das professoras e professores que estavam ali presentes, não conhecia pelo nome. E as que conheciam, também cantavam de outra forma. Isso ocorre com muita frequência. As brincadeiras são passadas de geração a geração. De cultura para cultura. E muitas vezes mudam de nome, de regras, de estratégias. E quando observamos ou jogamos é que percebemos que conhecemos por outro nome e outras regras. Ao apresentar a brincadeira “A história da serpente” com o grupo, foi interessante observar como nós, adultos apresentamos limitações comportamentais ou adquirimos limitações corporais, que não vemos na infância e nem no perfil de alguns professores. Alguns se jogam com propósito lúdico. Para mediar, participar e também registrar a brincadeira, posicionei a câmera no chamado “ponto fixo” e fomos interagir.
Ao trazer esta brincadeira, tive a intencionalidade de provocar nos
professores e professoras a reflexão sobre as atividades coletivas que promovem
interação e cooperação. Na situação em que “uma fila de caminha ou corre na
mesma velocidade, cantando e tentando apanhar um componente que está brincando”
a velocidade, o ritmo corporal, a agilidade precisam de atenção e cuidado
redobrados. A expressão de quem está brincando é fantástica! O componente que é
apanhado, deve passar por baixo das pernas de todos os componente que formam a
serpente. E segue a brincadeira cantando. “Essa é a história da serpente que
desceu do morro para procurar um pedaço do seu rabo. E você é... e você é... e
você é um pe-da-ção do meu rabãããão...”. Como todas as orientações, para
brincar com crianças pequenas que ainda não conhecem a música, será necessário
garantir primeira a apropriação da música e articular com as regras e os
movimentos corporais da brincadeira.
A interação através de duplas gera uma dinâmica também muito
interessante, pois cria a situação de cuidar do outro, de defender a parceira.
Vivenciando as regras criadas pela brincadeira. Essa situação pode ser ampliada
na rotina, levando para os momentos de experiências e descobertas as atividades
coletivas, grupais ou de duplas.
Clic nos link abaixo para ver os vídeos:
Campartilhando brincadeiras de nossa infância
2- Brincar enquanto
manifestação lúdica espontânea que está presente em todas as culturas e
linguagens da infância.
Esta foi a primeira dimensão discutida e vivenciada. Pensar sobre
brincadeira enquanto expressão cultural relacionando com os aspectos do
desenvolvimento na infância. A infância é uma fase potencialmente crescente em
que as crianças exploram e descobrem o mundo e a si mesmo nas interações com o
meio em que atuam espacialmente através de brincadeiras.
Essa marca social da infância na contemporaneidade está modificada.
Considerável parte dos infantes atualmente brinca entre seus muros e grades. Em
relação a nossa geração, tem um número reduzido de irmãos. Isso influencia na
cultura do brincar. As manifestações e transmissão dos jogos, brinquedos e
brincadeiras estão sendo modificada, admitindo que alguns elementos deixem de
existir.
Dentre as diversas brincadeiras de nossa infância, as professoras e
professores mencionaram: Soltar pipa, onô um, bate manteiga (variação de
pega-pega), os marinheiros, capitão, mímica, cozido, boneca, casinha, passarás,
roda. A proporção que iam mencionando os nomes das brincadeiras, animavam-se em
mostrar como se brinca. Convidei o grupo para vivenciar a brincadeira “os
marinheiros”. Uma das professoras relatou com tanta veemência a satisfação em
brincar de marinheiros. Achei muito interessante, suas expressões, que propus a
vivência.
Foi um momento de experimentação, ainda na perspectiva da manifestação
lúdica, onde as trocas aprendizagem foram espontâneas, ou seja, aprender
brincar, para brincar. Reviver a brincadeira sempre que desejar e ensinar a
outros como se brinca. Experiência em que se vivenciam as regras, as formas, o
nome e toda estética cultural que está presente em uma brincadeira.
Foi um retorno à infância! Estava presente no sorriso, nas expressões,
na forma de comunicação, interação e iniciativas das professoras e professores.
Todas essas atitudes, habilidades e competências que também estão presentes nas
crianças quando as-observamos hoje. Esse é um princípio de ser brincante,
originado no ser lúdico, no ser que expressa prazer. É uma característica
inerente aos seres vivos, especialmente nos mamíferos. Nos humanos!
Propus ao grupo, a cada encontro, discutir e vivenciar algumas brincadeiras, originárias de diferentes matrizes culturais como “Jogo de peteca”, “Círculo esquimó”, “Mazu, mazu...”, “Competição de aviãozinho” e “Roda Africana”. Além de experimentar pela primeira vez uma brincadeira que criei e intitulei de “Tocando piano com meus amigos”.
Durante o jogo de peteca, uma brincadeira de origem indígena, as discussões foram trazendo excelentes contribuições. Relatos sobre os desafios vivenciados naquele momento foram indicadores imediatos para se pensar essa brincadeira com as crianças. O espaço, o peso da peteca, as regras do jogo. Observou-se também que os brincantes precisam ter determinadas habilidades já garantidas (pressupõe que o brinquedo precisa ser pensado de acordo com faixa etária) e outras são estimuladas com a prática do jogo (pressupõe que pode ser utilizado como recurso de apoio à prática pedagógica e ensino aprendizagem). Ainda sobre a estética do brinquedo, foram sugeridos diversos materiais que podem ser usados para a construção, considerando a participação das crianças no momento da confecção. Iniciativa, interação e atitude de coletividade são aprendizagens básicas no jogo da peteca.
Ao compartilhar conhecimento sobre a brincadeira do “Círculo esquimó”,
como em todas as brincadeiras que foram apresentadas, eu perguntei: Vocês
conhecem essa brincadeira? Essa é uma das perguntas que precisa ser feita
sempre que vamos apresentar algo que jugamos ser novo ou diferente. Pois daí
surge todas as necessidades de quem precisa conhecer algo que lhe parece novo.
Onde surgiu? Como e com o que se realiza? Quais são as regras? Entre outras
questões. O grupo ainda não conhecia essa brincadeira, que por sinal, iríamos
aprender e já adaptar.
O “Círculo esquimó” é uma brincadeira de origem australiana, lugar de temperatura climática baixa e que tem como elemento natural a neve. As crianças dessa região realiza essa brincadeira da seguinte forma: Unidas em forma de círculo, mãos estendidas, com as palmas viradas para cima, um dos jogadores modela uma bola de neve. O grupo move e faz com que a bola gire e percorra a roda. O movimento vai sendo acelerado, conforme a bola vai dando voltas até que esta se dissolve devido o calor das mãos. A brincadeira termina quando a bola cai no chão ou quando dissolve.
Considerando as possibilidades de elementos naturais da nossa região,
construímos o brinquedo, utilizando a argila para produzir a bola. Com a
intensão de manter a propriedade maleável, utilizamos um plástico transparente
para envolvê-la e fizemos o acabamento estético com fita adesiva colorida.
Expliquei a origem da brincadeira e forma de brincar como já mencionado acima.
E realizamos a brincadeira. O primeiro desafio observado foi a harmonia do
grupo, para criar sintonia e velocidade. Algo breve que só durou até o grupo se
apropriar dos mecanismos da brincadeira. Atuação coletiva.
Esse é um excelente jogo de cooperação. Os jogadores precisam manter
ritmo e equilíbrio sincronizados para alcançar o propósito que é manter a bola
em movimento nas palmas das mãos. Com a configuração do brinquedo “a bola” com
elemento de propriedade diferente, surgiu a questão? E quando termina a nossa
brincadeira, já que argila não derrete? Segue a regra, quando a bola cair.
Nosso segundo desafio foi dar nome à brincadeira. Porém o grupo chegou ao
consenso de que manteria o nome original.
Ah! Preciso compartilhar uma experiência curiosa sobre a observação
estética da bola que produzimos. Como em todo momento de construção de novo
conhecimento, eu gosto de fazer registro fílmico. Então enquanto o grupo
experimentava a brincadeira, filmei. A bola envolvida em fitas adesivas de
cores diferentes, quando em movimento, dá a impressão de que está numa mescla
de tinta dissolvida, um efeito visual lindo! E quando imagem estática mostra-se
envolvida de fita, um objeto curioso, semelhante á um novelo de linha colorida.
Se eu fosse dar outro nome á essa brincadeira seria “Círculo da mescla de
cores”. A impressão do grupo também disse muita coisa. Mas mesmo assim fiz a
segunda pergunta também muito importante num processo como este: O que vocês
acharam dessa experiência? É muito importante ouvir as impressões de quem
acabou de descobrir ou conhecer algo novo. Especialmente se for criança. Pois o
mediador amplia sua capacidade de investigação e orientações.
Além das brincadeiras já mencionadas, experimentamos a brincadeira
cantada “Mazu,Mazu...” divertidíssima que promove sobre tudo a interação e
expressividade artística. Excelente para realizar nas dinâmicas de integração
ou oficinas de musicalidade.
Observei que as professoras e professores ficam alegremente envolvidos
quando as propostas acolhem suas inquietações. A situação de encontrar
estratégias para estimular a interatividade entre as crianças, mesmo que estas
não apresentem comportamento similar ao do personagem da história, são sempre
bem vindas.
E as estreias das brincadeiras “Tocando piano com meus amigos” e
“Estatuária onomatopeica”? Foi incrível!
Muito... muito... muitíssimo melhor do que eu imaginava quando estava
vislumbrando. Experimentamos da seguinte forma: Eu estava na mediação e sugeri
que as participantes caminhassem aleatoriamente e criassem um som onomatopeico,
e fossem agregando à expressão sonora um jeito engraçado de andar que
representasse sue som. Tinha cada expressão ilária! Experimentamos com
variações de ritmo, de nível e de velocidade. A cada mudança ocorria o comando
de estátua. Mas a sua sonoridade permanecia. Foi muito divertido! Essa
brincadeira provocou a percepção mais aguçada relativas a capacidade de atenção
audiovisual para quem apreciava e para quem produzia. Perceber em câmera lenta
uma expressão onomatopeica sincronizada com a expressão corporal é muito
interessante.
Fazíamos a reflexão sobre estes aspectos logo na sequencia dos
acontecimentos e ainda podia fazer a repetição para uma observação mais atenta.
Tanto de quem estava expressando quanto para quem estava parava para apreciar.
Aproveitando a construção dos efeitos sonoros montamos o nosso piano com amigos
e tocamos com eles. A princípio brincamos com as notas musicais convencionais.
Depois extravasamos na experimentação das criativas notas onomatopeicas. Esta
brincadeira provocou nas professoras a percepção de tempo no toque das notas.
As repetições ou mesclas entre os timbres ou sons, produziram uma musica.
Embora não seja com as notas convencionais, mas com tessitura musical. Isso é
musicalidade. Essa é a expressividade inicial que precisa ser estimulada nas
crianças, antes de constituírem conhecimentos em musicalização.
Colocar em prática, as brincadeiras que criamos, é uma experiência
muito boa! Uma sensação de catarse! Será essa a impressão das crianças?
Ainda nesta perspectiva de reflexões sobre os jogos, brinquedos e
brincadeiras que aprendemos na manifestação lúdica espontânea, ou seja, na
interação e na troca com a intensão apenas de aprender como se brinca e
brincar. Ocorreu a socialização e troca de impressões sobre dois jogos que não
foram vivenciados neste encontro, mas apresentados e discutidos com o grupo. Os
jogos “Bola imaginária”[1] e
“Mostro meleca”[2]
(variação da brincadeira monstrinho ou pega-pega) foram brincadeiras criadas
pelas crianças e professoras dentro da proposta de investigação e nutrição do
jogo dramático infantil e está catalogados em forma de coletânea intitulada de
“Compartilhando Diversão e Descobertas” distribuída para as instituições de
Educação Infantil do nosso município em 2013.
Foram contribuições importantes, sobretudo porque reafirmou o
protagonismo das crianças na recriação das brincadeiras e a prática nutridora
do profissional docente, como ocorre na orientação à criança na expressão do
jogo dramático.
Refletir sobre o ato de brincar enquanto cultura é extremamente
importante, pois brincar é uma manifestação natural das crianças, e que se
configura como uma linguagem da infância, porque estabelece comunicação entre
seu mundo interior com o mundo exterior.
Ao relacionar as situações de brincar como ensino aprendizagem na
Educação Infantil é necessário considerar as duas dimensões aqui discutidas.
Tudo o que até então foi mencionado, sobre as vivências brincantes com os
professores foram relacionadas a esta concepção de brincar enquanto
manifestação lúdica espontânea que está presente em todas as fases. Porém há
outra questão que permeia a discussão do ensino aprendizagem e mediação
pedagógica na Educação Infantil, que é o uso dos jogos, brinquedos e
brincadeiras como recurso e estratégias de ensino. Essa é a perspectiva do
ensino de forma lúdica. O brincar com propósito de estimular diferentes
aspectos da aprendizagem e do desenvolvimento na infância. Nesta perspectiva ao
promover momentos para experiências e descobertas através de brincadeiras, a/o
profissional docente precisa desde a elaboração das propostas, demostrar com
isso a intencionalidade pedagógica. Por isso se diz que para ensinar a brincar
é preciso saber brincar. E para ensinar algo através do brincar é preciso
conhecer quais são as necessidades e expectativas de aprendizagem das crianças,
para utilizar o brincar como uma estratégia, ou como costumamos chamar de transposição
didática. Essa é a outra dimensão que também foi discutida e experienciada
neste encontro. E será descrita a seguir.
3.Uso dos brinquedos e brincadeiras como transposição didática ou com intencionalidade pedagógica.
Algo que requer além de muito cuidado, avaliação, elaboração e mediação estrategicamente atenta às necessidades e expectativas de aprendizagem como meta, tendo como foco principal as crianças e seus níveis de maturação. É necessário considerar ainda as diferenças entre as crianças. Esse é o perfil de olhar sensível e investigativo necessário. Para que as práticas pedagógicas nesta perspectiva, não sejam confundidas ou tornem se ineficazes para garantia da aprendizagem e desenvolvimento das crianças.
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Brinquedos e brincadeiras com intencionalidade pedagógica
3.1- Socialização das experiências dos professores na sua prática pedagógica.
Além do relato dos professores que trouxeram o recurso, os demais presentes também vieram somar com excelentes contribuições a partir da apreciação do material trazido pelo colega, mostrando outras estratégias que poderão ser desenvolvidas se, por exemplo, forem utilizados com crianças de diferentes faixas etárias. Esse é um rico detalhe que merece muita atenção ao aplicar os mesmos recursos para faixa etárias diferentes. É necessário considerar as etapas de desenvolvimento e maturação das crianças.
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3.2- Reflexões sobre o brincar de boneca.
Ao apresentar uma boneca como recurso pedagógico, levantei os questionamento: Na nossa cultura, envolver bonecas nas brincadeiras é coisa de menina. Mas o quê que desenvolve na menina, quando brinca de boneca? As respostas foram evidentes. Desperta carinho, o sentido de cuidar, afetividade. Daí levantei outro questionamento: Mas as práticas do cuidado e os sentidos afetivos não precisam ser desenvolvidos também nos meninos?
Ao perceber a precisão de intervir nas necessidades e expectativas de aprendizagem das crianças, e elaborar momentos para experiências e descobertas no campo do comportamento e expressão afetiva, atitudes de cuidado, auto estima, imagem, interação, entre outras no âmbito da formação pessoal e social que a identidade e autonomia corresponde, que estratégias podem ser utilizadas?
4- Investigação, análise e construção dos brinquedos: Cubo ou Cantinho sensorial, Painel ou Trilha Psicomotora, Quebra-cabeça 3D.
Painel ou Trilha
Psicomotora
Há materiais que temos ou não na escola, e que mesmo sabendo utilizar é preciso também investigar com as crianças novas formas de uso. Especialmente para fazer a transposição didática. A utilização da criança muitas vezes é de forma lógica e espontânea. E a partir disso mediador pode retirar novas estratégias de uso. Essas estratégias deverão ser as que transpõem aquela que a criança já sabe fazer. Propor desafio e potencializar o que já e domínio da criança. O Painel ou Trilha Psicomotora, assim como na dinâmica anterior, também foi apresentado que trouxeram as seguintes ideias. Para a intencionalidade pedagógica, este recurso pode ser utilizado para estimular atenção e coordenação viso motora, motricidade fina, lateralidade e sentido de direção, concentração, paciência, imaginação além do reconhecimento das cores, tipos de linhas, noções de quantidade, entre outros; em atividades individuais ou de grupos.
Quebra-cabeça 3D ou Cubo de nove faces
Esse é um recurso lúdico excelente ser utilizado com intencionalidade pedagógica. Pois as crianças ficam instigadas! Permiti-las manusear então... Não cabe dizer. Pois esse é um recurso que tem sua funcionalidade a partir do manuseio. Considerando também todas as observações ditas anteriormente sobre a investigação da criança, com este brinquedo é essencial não apenas observar, mas também ouvir a criança nas entrelinhas. A escuta sensível nos garantirá a acolhida de muitas informações interessantíssima para quando formos elaborar as propostas de mediação, intervenção e avaliação.
Como também foi projetado na perspectiva da educação inclusiva,
considerando as crianças com cegueira. Uma das versões que elaborei como
quebra-cabeça, as imagens são em alto relevo, faces com texturas diferenciadas,
dentro dos cubos das extremidades têm coloquei sementes de um lado e areia do
outro. Com a intenção de provocar estímulo auditivo, reconhecimento e
orientação sonora.
Este recurso é uma variação do cubo mágico. Do ponto de vista
ludo-pedagógico, considero até mais interessante. Pois ele nos dar diversas
possibilidades de uso como transposição lúdica e didática.
Após manuseio, passamos a etapa de análise e levantamento de
indicadores de possibilidades de uso. As professoras e os professores indicaram
que este recurso permite a potencialização das capacidades das crianças, desde
a atenção, equilíbrio, coordenação viso motora, orientação espacial,
velocidade, força, à competências, conhecimentos e habilidades com lógica matemática
seja na contagem oral, seja na contação de uma história na sequência temporal,
iniciativa, imaginação e expressão linguística e artística. E na perspectiva da
manifestação lúdica pela criança, apontaram encantamento e curiosidade seriam
as reações imediatas. E destacam “não necessariamente nesta ordem”. Mas a
iniciativa de pegar, manusear e dizer alguma coisa sobre o brinquedo foi um
ideia em consenso no grupo. Gostei muito das contribuições do grupo sobre este
recurso.
Ainda sugeri mais algumas, pensando na faixa etária e desafios que
precisam ser propostos considerando os níveis de maturação.
Para crianças de 2 a 3 anos, propor o uso como quebra-cabeça 3D. Usar
imagens nas faces do cubo. Inicialmente imagens das próprias crianças do grupo.
Para manusearem com a tentativa de montar o quebra-cabeça. No caso de crianças
sem a visão, usar um recurso conforme descrevi anteriormente com alto relevo e
texturas.
Para crianças de 4 anos, que já apresentam os aspectos da oralidade
mais desenvolvidos, propor outro desafio.
Colar imagens aleatórias ou fotografias de acontecimentos diários em que
as crianças estiveram presentes, e sugerir que criem e contem uma história a
partir das imagens.
Para as crianças de 5 anos propor o reconto de uma história curta e já conhecida. Pois o desafio será manusear o cubo para encontrar a imagem correspondente à sequência da história.
Estas estratégias podem estimular a
percepção visual, reconhecimento de si e/ou do outro na imagem, dimensão
cúbica, manuseio com ativação dos dois hemisférios cerebrais (direito e
esquerdo), experiência lógica matemática, na organização das estruturas de
imagens, na organização da oralidade e na criação e narrativa dos fatos
ocorridos na história, ampliação do repertório linguístico com o estímulo ao
uso estruturado da linguagem oral, entre outras que ocorrem no campo das
percepções dos aspectos afetivo, sócio interativo e psicomotor.
Visualize o Quebra cabeça 3D ou Cubo Mágico
5- Orientações sobre o
estudo experimental junto com as crianças na prática pedagógica.
Todo conhecimento é fruto de uma aprendizagem que foi compreendida (metacognição), armazenada e decodificada (autorregulação) e que pode ser ensinada (transferência). Esse é um processo natural das nossas experiências docentes, não é mesmo! Assim como nas experiências de nossas crianças! Todos com potencialidade em diferentes níveis de aprendizagem.
A partir das diversas formas de experiências vivenciadas no nosso
encontro formativo sobre brinquedos e brincadeiras, onde pudemos refletir sobre
a importância dessa dimensão lúdica na nossa vida e na infância de nossas
crianças, escolha um dos brinquedos que você construiu neste encontro para
realizar um estudo experimental.
- Deixe o brinquedo acessível para uma ou um grupo de crianças, para que possam utilizar. Apenas observe e registre quais foram as estratégias que as crianças criaram para brincar com aquele objeto.
- Use o mesmo brinquedo com um propósito didático pedagógico, descreva quais são os objetivos, estratégias e como se deu o envolvimento das crianças durante o desenvolvimento.
- Inclua suas impressões sobre a experiência, relacionando com os conhecimentos teóricos.
6. Minhas Impressões.
Sou suspeita para expressar que as propostas que realizei neste encontro foram ótimas. Porém no contato com os profissionais que se envolveram, as propostas tornaram-se excelentes!
Desejo que possam colocar em prática as descobertas realizadas e que descubram novos universos juntos com as crianças. Estes são os nossos verdadeiros mestres. Os exemplos dados sempre são melhores quando partem de uma realidade vivenciada. E como disse Geraldo Peçanha, na dedicatória em um dos seus livros “... os meninos que brincam com o corpo para encontrar o prazer da alma.” Que sejamos como eles. Livres do peso do “tem que” para sentir na realização das nossas práticas e na nossa vida o prazer de existir com simplicidade e significado. Essa é a essência do ser humano lúdico.
É sempre bom lembrar que as propostas didáticas devem estar dentro de um contexto temático que considere especialmente as necessidades das crianças, seus níveis potenciais e as expectativas de aprendizagens relativas aos seus níveis de maturação. Estejam estrategicamente relacionadas ao sentimento de pertencimento sociocultural. E deve iniciar sempre dando diversas possibilidades de investigação e contribuição do ponto de vista das crianças.
Confira mais registros fotográficos e vídeos por meio dos links abaixo:
Registros fotográficos das formações
Formações com professores e Coordenadores da Educação Infantil
Então pessoal... Como vocês podem ver 2014 foi um ano cheio de realizações instigantes!!!! Os artigos sobre as formações descritas aqui, estão publicados na íntegra no livro Olhar sensível sobre o desenvolvimento na infância: Pesquisas sobre a prática pedagógica. Claudinéia da Silva Barbosa. Itaberaba – Bahia 2014.
\(´∀`)/♡ Sejam sempre bem vind@s!
E volte quando desejar! Bjins azuis no seu coração!
Claudinéia \(´∀`)/♡ e Ana Claudia\(´∀`)/♡
Referências
ALMEIDA, Geraldo Peçanha de. Teoria e Prática em Psicomotricidade:
Jogos, atividades lúdicas, expressão corporal e brincadeiras infantis./ Geraldo
de Almeida Peçanha. 6ª ed. RJ. Wak Editora. 2009. 160 p.
ANDERSEN, Roberto. Afetividade na Educação: Psicopedagogia / 2ª ed.
São Paulo: All Print Editora, 2011.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica.
Brinquedos e brincadeiras na creche: Manual de orientação pedagógica. /
Ministério da Educação. Secretaria de Educação Básica. – Brasília: MEC/SEB,
2012
HORN, Maria da Graça Souza. Sabores, cores, sons e aromas: A
organização dos espaços na Educação Infantil / Maria da Graça Souza Horn –
Porto Alegre: Artemed, 2004.
LAKOMY, Ana Maria. Teorias Cognitivas da Aprendizagem / Ana Maria
Lakomy. 2ª Edição rev. e atual. Ibpex, 2011.
MALUF, Angela Cristina Munhoz. Atividades lúdicas para a Educação
Infantil: Conceitos, orientações e práticas / Angela Cristina Munhoz Maluf. 3ª
ed. – Petrópolis - RJ, Vozes, 2012.
MEYER, Cybele. Inteligências na prática educativa. Cybele Meyer.
Curitiba: Ibpex, 2011.
STEINLE, Marlizete Cristina Bonafine. Educação da criança de 0 à 5
anos: Pedagogia / Marlizete Cristina BonafineSteinle, Juliana Telles Faria
Suzuke. – São Paulo: Pearson Pretice Hall, 2009.
ZAZONEL, Bernadete. Brincando com música na sala de aula: Jogos de
criação musical usando a voz, o corpo e o movimento / Bernadete. Zazonal. –
Curitiba. Ibpex, 2011.
Imagens feitas por Claudinéia Barbosa / Momentos de investigação,
produção e formação. Divulgadas no blog Cultura, Educação e Inter@tividade na
Educação Infantil. Link: http://interagiraquieagora.blogspot.com.br/